quarta-feira, 15 de junho de 2011

As Parcerias Público Privadas ou paga e passa ao próximo



As PPP , trata-se,no fundo de uma dívida pública escondida, acumulada ao longo de anos, e que representa um encargo para os cofres do Estado todos os anos até 2050. As PPP começaram na década de 90, como uma forma de o Estado se financiar para realizar obras públicas e foram sendo cada vez mais utilizadas.

Nos últimos anos, o recurso às PPP disparou com o lançamento de inúmeras concessões rodoviárias-através da empresa Estradas de Portuga-, alguns novos hospitais como o de Cascais ou Loures e também o projecto da Alta Velocidade.

O recurso em série as PPP é uma das explicações-não a única-para o facto de Portugal ter sido um dos países europeus onde o investimento público mais caiu em percentagem do PIB. É que estes investimentos como são realizados por privados, acabam por não ser contabilizados como públicos, embora na essência o sejam.

O Estado acaba por ir pagando todos os anos pequenas fatias que, acumuladas, fazem uma verba astronómica e que incorpora uma renumeração ao investidor privado pelo finaciamento. Além de ser um investimento que escapa às malhas tradicionais do controlo das contas, ainda que nos orçamentos venha a projeção plurianual dos gastos, acaba por secar o financiamento para o crédito ao sector privado. O pico da despesa com as PPP será entre 2016 e 2020 (€2500 milhões por ano). Um valor superior ao orçamento anual de vários ministérios.A defesa, por exemplo, tem cerca de €2100 milhões, a Administração Interna €1800 milhões e a justiça €1500 milhões

Prós e Contras de sair do Euro

Prós

Aumentar a Competividade-Saída do Euro para o escudo aumentaria a competividade das empresas exportadoras, ao baixar automaticamente o valor a que seriam exportadas as produções e os salários dos trabalhadores.
Largar uma moeda forte-Uma estrutura produtiva débil como a portuguesa não aguenta uma moeda forte como o euro, mais apropriada para os países com uma estrutura produtiva, como defende João Ferreira do Amaral.
Mudar o eixo da produção-Concentrar o crescimento na produção de bens transacionáveis.

Contras

Desvalorização do escudo-Provavelmente na ordem dos 30% a 40%.
Dívida externa dispararia-A dívida externa portuguesa, que está denominada maioritariamente em euros, subiria brutalmente quando transporta em escudos.
Fuga de capitais-Um fenómeno típico nas bancarrotas que ganha grandes proporções.
Reviravolta nos grandes grupos-Reestruturação brutal dos maiores grupos empresariais nacionais que têm dívidas em euros.
Exportação prejudicada-A volatilidade das taxas de câmbios do novo escudo iria aumentar os custos de transação com o exterior das exportadoras.
Inflação subiria-A inflação subiria em flecha, a que se juntaria uma subida acentuada das taxas de juro, acarretando contracção de crédito e aumento de incumprimento.
Recessão-Tomando o caso recente da Argentina (2001/2002) como exemplo, a quebra da economia pode ser brutal.

Fonte: Jornal Expresso

quarta-feira, 2 de março de 2011

A rasca andamos todos desde de............


A rasca andamos todos.E os pais? Alguém se lembrou deles?Os pais trabalham até cada vez mais tarde,porque anteciparem a idade da reforma,perdem uma batelada de dinheiro e se forem para a reforma continuam a perde-lo.E como as despesas em casa se mantém,porque os filhos lá continuam,há que manter as renumerações.Dito isto,não há avós disponíveis para tomar conta dos netos.E como entrar na pré-escolas público é como ganhar a lotaria e os infantários,para além de caros,depois das 16h cobram o denominado prolongamento,adia-se a maternidade lá para os 40.Se virmos bem as coisas,é uma espécie de eterno retorno.Ao tempo em que numa casa moravam os pais, os filhos,os netos e os tios.E porqué?Porque simplesmente,a vida está difícil.Porque se foram os anos artificialmente,Rosa do Guterrismo.Porque fomos mal governados,porque o défice está em níveis insurportáveis,porque os especuladores financeiros ganham dinheiro connosco,porque a vida está cara.E se na casa daqueles pais,filhos,netos e tios,poupar foi a palavra de ordem,na última década andamos a viver claramente acima das nossas possibilidades,como as estatísticas comprovam.Se calhar,mais pertinente era,de facto,questionarmo-nos que filhos sairão desta geração.Que rótulos lhes será colado?

A sopa socialista-Clara Ferreira Alves


...Do que se passa dentro do Governo pouco sabemos, as movimentações, as autorizações de desautorizações, os tropismos e malabarismos. Fulano agiu de modo próprio ou foi mandado? Sicrano falou sozinho ou foi autorizado? Do que se passa na cabeça de Sócrates sabem Sócrates e um pequeníssimo círculo íntimo,que age e reage em função da forte personalidade do chefe. Do que se passa no governo devíamos saber mais,a não ser que o governo para saber de si tenha de ler os jornais e ver as televisões. Tudo, rigorosamente tudo, passa pelo filtro da vontade de Sócrates, desde as negociações rompidas da Galp com a Petrobras à venda da dívida soberana. Desde a falhada candidatura presidencial às conversações com a senhora Merkel.
Existe na sociedade portuguesa uma tradição de não fazer perguntas. O parlamento barafusta mas não tem o convencimento nem a peritagem nem a inteligência de fazer as perguntas.Ou seja: o que anda o governo a fazer com os nossos compromissos futuros, quando este governo deixar de ser Governo? Quais as condições que andamos a contratar com os parceiros como o Brasil, Angola,Venezuela,China, a caricata Líbia? Ou os Emirados? Que andamos a vender, como andamos a vender e como vamos pagar e ser pagos?
Sócrates estabeleceu uma opocidade que funciona por duas razões:anestesia do PS,cujo grupo parlamentar é uma câmara de eco,e paralisia do PSD,mais preocupado com o estabelecimento de uma liderança e um programa de governo do que em fazer oposição.Para o PSD é útil que Sócrates se desgaste lentamente no posto mas será útil para o país?
Sendo certo que Sócrates sucederá a Sócrates no PS,não temos sobre este PS nenhuma pista.Enquanto o PSD se organiza,convocando estados gerais e criando a sua alternativa de governo e de programa,o PS parece afogado num mar de inquietações de algibeira.Num momento histórico em que o partido tem de dizer,pragmática e filosoficamente,ao que vem,donde vem e para onde vai,ou seja,qual a sua proposta para resolver o problema de endividamento externo e deo desmantelamento do Estado Social que conhecemos,a sua proposta para conviver com as regras orçamentais europeias,assistimos ao marasmo contraposto ao voluntarismo de Sócrates.Sócrates seca o PS.O sucessor possível, António Costa,não tenciona imolar-se pelo fogo nem abandonar a Câmara.Os putativos candidatos nascen da indigência intelectual e política ou do claríssimo oportunismo.Sócrates brilha.
Não sabemos o que tenciona o PS fazer com o falido SNS e a sua dívida escondida, com as privatizações que se propõe fazer de empresas públicas rentáveis (ANA e CTT),com a dispendiosa RTP de dois canais,com a descapitalizada TAP que se para financiar carrega nos preços de transporte aéreo para países com Brasil e Angola,países com os quais, justamente, deveríamos ter ligações baratas para facilitar a circulação de ideias e pessoas.E o que tenciona fazer com a máquinas onerosas que consomem todo o orçamento de que dispõem, como o Ministério da Cultura. O Estado precisa de ser reformado,limpo,vassourado,aspirado,antes de ser extinto.Não temos dinheiro para pagar este Estado e os seus cúmulos e acumulações.O PSD quer extingui-lo.Que quer o PS? E que quer um chefe que não sabe trabalhar em equipa e despreza o confronto de ideias?
Pedro Passos Coelho começa a construir uma alternativa e se o PS pensa que pode vencer pelo discurso simplista Keynesiano ou pelo público elogio do papel do Estado e da "esquerda",think again.O PSD irá buscar ao centro um eleitorado que está farto de "esquemas".O que é que o PS tem a dizer a isto?Nada.Porque foi o PS que governou.Sócrates sucerderá a ele mesmo para ser derrotado.E o que sobrará é um partido anémico.....

sexta-feira, 25 de fevereiro de 2011

Portugal promovido como uma Atlântida com campos de golfe-Inês Pedrosa


......Não há nada neste Portugal de exportação que não exista tambèm na Irlanda, por exemplo (excepto os balões saídos de algum festejo oriental, a calçada portuguesa e o bacalhau anoréctico, com duas batatas em tuberculose galopante e umas ervilhas do pós-guerra a acompanhar). Ou em Espanha. Ou em vários outros países.
O turismo, como quase tudo no mundo actual, é uma área cada vez mais especializada - e rentável.Portugal tem todas as condições para se tornar um dos mais desejados destinos turísticos internacionais,e não só nem especialmente por ter muita água (para fazer surf,regar campos de golfe ou criar cenários românticos).O que Portugal tem de único para vender é cultura:os monumentos,sim - muito mais variados do que os hiperpublicitados Palácio da Pena,Mosteiros dos Jerónimos e da Batalha mostrados neste filme. Mas também a arquitectura contemporânea - Siza Vieira é uma referência mundial,e é português.E a literatura -desse ícone incontestado que é Fernando Pessoa ao Nobel José Saramago. E a pintura - dos painéis de Nuno Gonçalves no fascinante Museu de Arte Antiga à Casa das Histórias de Paula Rego, às obras de Júlio Pomar ou Graça Morais.E a música - o fado,precisamente. Uma campanha que mostrasse o que só em Portugal se pode ver e sentir atrairia ao país um novo e mais lucrativo tipo de turista.O turismo do sol e da praia nunca poderá beneficiar grandemente o país - mares mais quentes, até a Espanha tem. A verdade é que o nosso turismo de areal se esgota nos pubs e nos campos de golfe do popular Algarve. Porque é que o Minho ou Trás-os-Montes nunca aparecem na propaganda externa? Porque é que a cultura de um país internacionalmente popular por causa do fado e de Fernando Pessoa - além das Descobertas - se resume a síntese mais evidente do tricô manuelino ou dos vinhedos do Douro? Porque é que o bacalhau de exportação há-de ter uma cara mais infeliz do que a da Kate Moss nos seus bons tempos? Porque é que uma gastronomia mais rica do que a Arábia Saudita só se promove a posta do peixe seco?
A resposta estará provavelmente na descrença que temos em nós mesmos, nas dúvidas constantes que nos assombram,vá-se lá saber porquê,sobre a identidade deste país antiquíssimo, e a sua capacidade de atrair estrangeiros. Sugiro aos responsáveis destas campanhas que ouçam os muitos estrangeiros que se naturalizam portugueses. Eles saberão explicar-lhes o que tem Portugal de diferente e singular. E depois filmem essa diferença,de Norte a Sul - não em voo planado e abstracto, mas no concreto íntimo das cidades, dos museus, das ruas, das personagens inesquecíveis e das suas obras. Portugal não é simples,não;é muito mais belo e específico do que isso.

quarta-feira, 23 de fevereiro de 2011

A rotina do amor


Com o tipo de vida que a maioria de nós leva, cheia de stress e de tarefas, deixamos de ter disponibilidade para namorar e seduzir quando chegamos a casa. Além disso, as pessoas já engolem tantos sapos no mundo lá fora, que regressam a casa intolerantes e com muita pouca paciência despejando as angústias no parceiro. A nossa capacidade de tolerar os defeitos do outro e de quebrar as rotinas deve ser trabalhada, se o nosso objectivo é manter a relação. É reinventar a forma de estar, de seduzir, de envolver o parceiro. Quantas mais vezes vir nos olhos do parceiro quão desejável é,mais bonita e atraente a mulher se sente. É preciso combater a rotina e com inércia.

Em recessão económica?


"Pode dizer-se que estamos em recessão. A dinâmica das variáveis macroeconómicas vai prodizur aquilo que dissemos e que as instituições internacionais confirmaram uma recessão económica durante o ano de 2011, que é a contrapartida do processo de ajustamento." Nem Nostradamus, se por cá andasse, poderia ser tão certeiro a vaticinar o nosso futuro imediato como o governador do banco de Portugal, com aquela declaração proferida em entrevista ao diário económico. Numa tradução livre de economês para português, o que Carlos Costa disse sintetiza-se numa só frase: para endireitarmos as nossas finanças públicas, temos de bater no fundo e já estamos em voo picado. Uma declaração dessas não é um mau sinal para os mercados internacionais, que tantos responsáveis foram acusados de dar, noutras ocasiões? Não é insuflar pessimismo no balão de economia que tão baixinho tem voado?


Paulo Martins-JN