A solidão não é de hoje, nem será exclusiva de Portugal.Nem imagino o número de idosos encontrados mortos em casa sozinhos,em cidades como Paria,Nova Iorque,em lugares onde não se sabe o nome do vizinho do lado,porque o vizinho da lado são 20,só no mesmo andar.Mas exclusivamente,nossa tentação de culpar o estado,em casos como este.A segurança social.As câmaras.A polícia.Os programas e projectos que não existem.Os sinais de alarme que as autoridades não ouvem...e nós? Nós em geral e cada um de nós em particular?Nós como comunidade e os vários nós que povoaram e abandonaram as vidas dessas pessoas? Essas sim,seriam histórias de interesse civilizacional para contar.Ou mesmo narrativo e literário.Porque é que alguém fica sozinho?Essas respostas não dão jeito a reportagens maniqueístas,em que se pretendem encontrar rapidamente culpados.Nem dão jeito a todos nós,todos um pouco culpados de negligência em relação ao próximo,os nossos próximos e distantes.A história de pessoas que vivem e morrem sozinhas tem muito mais que ver connosco do que com o estado.Nós os que ultrapassamos sem pisca,não andamos de luzes ligadas mesmo quando chove a rodos,passamos a frente nas filas de supermercado,fumamos em casa dos nossos amigos.Nós,os que nos estamos nas tintas para os outros.Nós,aqueles a quem histórias como a da idosa da Rinchoa devia por a pensar,e mais não faz do que dar-nos vontade de apontar o dedo.
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